Dia da África: unidade, progresso e diversidade se somam em prol do continente

Há 60 anos, em 25 de maio, 32 chefes de Estados africanos independentes se reuniram com líderes de movimentos de libertação da África, em Adis Abeba, capital da Etiópia, para traçar um caminho que tornasse o continente africano livre do imperialismo, colonialismo e Apartheid. A partir desse encontro, formou-se a primeira instituição continental pós-independência da África, a Organização da Unidade Africana (OUA). Buscando o propósito de servir como uma manifestação da visão pan-africana para uma África unida, livre e no controle de seu próprio destino, a OUA adotou 25 de maio como o Dia da África, em homenagem à data de criação da organização.

“O significado do Dia da África reside em uma principal causa: como uma comemoração da história africana, suas conquistas e aspirações. Também simboliza a unidade, diversidade e progresso do continente africano,” diz Akintunde Ajulo, doutorando nigeriano em intercâmbio na UFG. Para ele, o Dia da África carrega um significado profundo, relacionado às lutas da história africana, às identidades culturais presentes no continente, à unidade e às aspirações dessa terra próspera, como ele mesmo define. “Serve ainda como um lembrete do progresso do continente, dos desafios e da importância da ação coletiva para moldar o destino da África.”

As palavras de Akintunde sobre a relevância da ação coletiva se assemelham às proferidas pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. “O dinamismo da África é imparável; seu potencial é de tirar o fôlego. E eu insisto à comunidade internacional para apoiar a África. [...] Com cooperação internacional e solidariedade, este pode ser o século do continente”, disse o secretário em mensagem sobre o Dia da África.

“O Dia da África tem grande importância por vários motivos. É uma celebração da unidade da África, um pleno reconhecimento da história e das lutas africanas,” continua Akintunde Ajulo sobre a importância da data comemorativa. “Além disso, o Dia da África promove a divulgação do pan-africanismo, apresentação da cultura e do patrimônio africanos, ao mesmo tempo em que aborda os desafios enfrentados pelos países do continente. Também recebemos mais engajamento internacional e reconhecimento global [por conta da data].”

Sobre as comemorações do Dia da África na Nigéria, Akintunde contou que ocorrem diferentes atividades, como eventos culturais, conferências, workshops e exposições. “Esses eventos buscam destacar a contribuição nigeriana para o continente como um todo e na formação do ideal do pan-africanismo", acrescenta o estudante. “Apesar disso, a Nigéria não declara 25 de maio como feriado em todos os anos.”

Ao final, Akintunde diz que, embora o Brasil e a Nigéria compartilhem algumas semelhanças - como a diversidade cultural e religiosa, a abundância de recursos naturais e o potencial econômico, além do amor por esportes (especialmente futebol), dentre outras - eles também possuem características únicas e diferentes, cada qual moldada por suas histórias, geografias e conteúdos culturais distintos.

Akintunde Ajulo, pesquisador da pós-graduação em Agronomia da UFG.