O professor do Instituto de Física Ricardo Avelino Gomes e mais dois alunos da pós-graduação do instituto, Michele Mesquita de Medeiros e Stefano Castro Tognini, participam entre os dias 10 de janeiro e 20 de fevereiro de uma colaboração internacional do Laboratório Americano de Física de Altas Energias (FERMILAB) em Illinois nos Estados Unidos, no Projeto Minos que tem como objetivo a investigação de propriedades de neutrinos solares. O experimento produz um feixe de neutrinos (partículas elementares) a partir de um feixe de prótons vindos de um acelerador chamado "Main Injector" do Fermilab. O feixe intenso de neutrinos viaja 735 km pela Terra e é detectado em um detector no próprio Fermilab a 100 m de profundidade, e em um detector construído em uma antiga mina de ferro a 705 m de profundidade em Soudan, Minnesota, EUA. Com esse experimento investigamos propriedades interessantes de neutrinos e de raios cósmicos, em particular, um fenômeno quântico curioso denominado oscilação de neutrinos.
O MINOS é uma colaboração internacional, com cerca de 150 físicos, de instituições do Brasil, EUA, Grécia, Polônia e Reino Unido. No Brasil participam a Unicamp, USP e UFG. A inserção da UFG ocorreu em junho de 2009, quando o professor fez uma apresentação e solicitação em um encontro da colaboração em Ely, Minnesota, EUA. Recentemente o professor Ricardo Gomes solicitou a inserção de seus alunos de mestrado em Física da UFG, Michelle Mesquita de Medeiros e Stefano Castro Tognini, na colaboração MINOS. Os alunos estão sendo preparados para realizar uma análise de dados no experimento durante seus doutorados. Com esse objetivo, vão passar 3 meses no Fermilab, ainda durante o mestrado, para realizar treinamentos, cumprir os plantões de tomada de dados, trabalhar em tarefas computacionais de interesse para a colaboração, tal como desenvolvimento de código de análise e simulação de Monte Carlo de raios cósmicos. Enfim, vão se familiarizar com o trabalho de um físico de altas energias em uma grande colaboração internacional.

No Fermilab, eles ainda terão contato com a sala de controle do experimento e com o detector que fica numa caverna a 100 metros de profundidade. A estudante Michelle Mesquita está trabalhando em um projeto de simulação da sombra de raios cósmicos produzida pela Lua e observada pelo MINOS, com o intuito de calibrar o detector como um telescópio de raios cósmicos; e o Stefano trabalha em uma simulação detalhada de múons de raios cósmicos, para contribuir para a análise com eventos múltiplos de múons no experimento MINOS. A viagem dos alunos foi realizada com recursos do laboratório, incluindo passagens aéreas, transporte e alojamento na vila dos cientistas.
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