
UFG recebe pesquisador do Reino Unido e professora da UFSC para o I Congresso Internacional de Linguística Forense
O evento reuniu pesquisadores nacionais e internacionais nas áreas de linguagens, discurso e questões de ordem jurídica
Nos dias 10 e 11 de setembro aconteceu o I Congresso Internacional de Linguística Forense, a IV Jornada Discurso, Cultura e Ensino e a III Jornada de Linguística Jurídica na Universidade Federal de Goiás (UFG). O evento reuniu diversos professores de graduação e pós-graduação, líderes de grupo de pesquisa, pesquisadores e estudantes com foco em reflexões sobre o tema, bem como sua interface com o Discurso, Cultura e Ensino, além de outras questões de ordem jurídica.
Dois dos maiores nomes da Linguística internacional estiveram em destaque no Congresso da UFG: o professor emérito Malcolm Coulthard, da Universidade de Aston (Reino Unido), e a professora Carmen Rosa Caldas-Coulthard, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Reconhecido como pioneiro na área, Malcolm Coulthard é considerado o primeiro professor de Linguística Forense do mundo e fundador do primeiro centro de pesquisas dedicado ao tema. Autor de obras de referência como An Introduction to Discourse Analysis (1977), ele se destacou pela atuação em tribunais britânicos, incluindo um caso histórico em 1998 que levou à anulação de uma condenação de 46 anos. Sua contribuição envolve, sobretudo, a análise de autoria textual e o uso da linguagem como prova em processos judiciais.
Já Carmen Rosa Caldas-Coulthard é referência internacional na Análise Crítica do Discurso (ACD), área que investiga como práticas sociais e ideológicas se manifestam por meio da linguagem. Professora da UFSC e pesquisadora honorária da Universidade de Birmingham (Reino Unido), ela estuda questões como representações de gênero, identidades e construções culturais em discursos midiáticos e jurídicos. Em parceria com Malcolm, é coautora de obras fundamentais, como Texts and Practices: Readings in Critical Discourse Analysis (1996).
A presença dos dois pesquisadores em Goiânia reforça a relevância da Linguística Forense e da Análise Crítica do Discurso no Brasil. Além de compartilharem experiências internacionais, eles destacaram como a aplicação da teoria linguística pode contribuir para a justiça, seja na identificação de autoria de textos, seja na análise de narrativas legais que impactam direitos humanos e grupos sociais.
Os eventos reuniram estudantes, professores e pesquisadores de diferentes áreas, consolidando a UFG como um espaço de diálogo sobre linguagem, tecnologia e sociedade, com impacto tanto acadêmico quanto prático.