Sumbal - BRICS 2025

Sumbal Saba: a cientista paquistanesa que se tornou referência na Academia Brasileira de Ciências

在 29/09/25 11:53 上。 已在 30/09/25 07:12 更新。

Professora Sumbal Saba, do Instituto de Química da UFG, representou o Brasil no 10º Fórum de Jovens Cientistas do Brics, em Brasília, onde destacou a diplomacia científica e a colaboração internacional em pesquisa.

A ciência possui diversos expoentes. Pessoas que superam o suposto "inexplicável" ou "impossível", a fim de interpretar o que parece invisível. Para além disso, o estudo científico, em diversas ocasiões, são precedidos de uma luta intensa até o laboratório. Um grande artigo que levou a determinada descoberta é o produto final de uma vida de entrega à ciência, e isso não está escrito em páginas e mais páginas de uma tese de doutorado. A Professora Doutora da Universidade Federal de Goiás Sumbal Saba, entende o que é entregar sua história às descobertas científicas. 

Nascida no Paquistão com nacionalidade brasileira, a professora do Instituto de Química (IQ) da UFG falou sobre a sua história em entrevista para a SRI, destacando suas conquistas e superações até chegar a Academia Brasileira de Ciências.

"Sou brasileira, mas nasci no Paquistão, fiz meu mestrado na Universidade de Peshawar (localizada no Paquistão). Em 2012 tive a oportunidade de fazer doutorado fora do país, com uma bolsa oferecida pelo CNPQ, com foco em cientistas asiáticos, para países em desenvolvimento. Eu escolhi o Brasil, e fui para a Universidade de Santa Catarina (UFSC), estudar Química Orgânica, cheguei aqui em março de 2012 para os meus quatro anos de doutorado, onde aprendi muitas técnicas de pesquisa, com um avanço muito grande na língua e na área de síntese orgânica, me aprofundando ainda mais. Quatro anos passaram muito rápido, terminei o doutorado e voltei para o Paquistão. Depois disso voltei para o Brasil e fiz um pós-doutorado na UFSC por mais dois anos. Cheguei em Goiânia na época da pandemia, passei em um concurso, assinei posse em 2020, e desde então estou aqui na UFG", afirma a Dra. Sumbal. 

Sobre a sua atuação no IQ, indo além do ofício como docente, a professora ressalta sua área de atuação mais voltada a síntese de compostos visando sustentabilidade e destaca: "Desde que cheguei eu queria pesquisar e contribuir para a comunidade". 

"Eu tenho vários projetos aprovados pela FUNAPE e FAPEG, todos voltados para a área de sustentabilidade, com compostos que podem ser utilizados na medicina, ciência de materiais, além de tecnologia com inovação". 

Como uma evidente representante do cenário feminino na ciência brasileira, Sumbal destaca os avanços, desafios e obstáculos que ainda impedem a entrada de mulheres no âmbito acadêmico. "Essa questão está avançando muito. Aqui na UFG nós temos muitas mulheres fantásticas, no ICB, IQ, Farmácia, Agronomia, então desde alguns anos vemos a liderança de mulheres na ciência, isso no Brasil inteiro. Alguns problemas sempre vão existir, mas no geral, existe um claro avanço". 

Além disso, a professora integrou a delegação brasileira no 10° Fórum de Jovens Cientistas do Brics, sediado em Brasília entre os dias 15 a 17 setembro, no qual reuniu jovens pesquisadores e cientistas dos países do bloco. 

"O Brasil sediou o evento e definiu três temas a serem debatidos no Fórum, cada tema teria três palestrantes e fui selecionada pela Academia Brasileira de Ciência para falar sobre 'Diplomacia da Ciência', o que foi uma honra para mim. Minha participação foi mais relacionada com colaboração científica, o que o Brasil está fazendo para conectar com os países do Brics através da ciência", destaca a professora do IQ. 

Sumbal - BRICS 2025

Por fim, pensando em qual legado ela gostaria de deixar para as próximas gerações, a Dra. Sumbal vai além da importância de suas pesquisas científicas, e se escora no avanço do conhecimento, na superação e democratização do aprendizado. 

"Cheguei no Brasil em 2012, sem falar a língua e anos depois representei o país em uma plataforma internacional do Brics, o Brasil me selecionou, mesmo como uma estrangeira. Depois de muitos anos, espero que as pessoas olhem para isso e pensem em não desistir. Se eu cheguei nesse nível, eu quero que outras pessoas também alcancem isso, principalmente mulheres jovens. A ideia é não desistir, com persistência você vai alcançar metas ainda maiores do que essa", finalizou a pesquisadora. 

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